A Morte dos Pobres
(Charles Baudelaire)
Tradução de Márcia Sanchez Luz
É a morte que consola e que nos faz viver!
É o motivo da vida, é a única esperança.
Elixir que nos inebria, nos encanta
e nos dá forças para ver o anoitecer.
Através da tormenta, da neve, do frio,
é a clareza vibrante no horizonte escuro.
É o albergue famoso inscrito no livro,
em que vamos comer, dormir e estar seguros.
É um Anjo que tem em seus dedos magnéticos
o dom do sono, o dom dos sonhos extasiados,
e refaz a cama dos pobres desnudados.
É o resplendor dos Deuses, é o celeiro místico,
é o recinto dos pobres e seu berço antigo,
pórtico aberto sobre os céus desconhecidos!
Querida Márcia,
ResponderExcluirvoltava pra casa pensando na morte e com raiva de Deus ( ou daquele que erigi?), pensando no sofrimento dos que estão doentes e prestes a deixar o mundo, de seus parentes envolvidos em preocupações, insônia e desassossego. Cheguei, vi tua tradução impecável de Baudelaire, lembrei de meu querido R. Gambini que diz que a vida é bela porque é finita. Mas nada, nada me consola. Porém agradeço ao imponderável que criou essa sincronicidade com você e esse poema.
Márcia tem, na composição própria ou na tradução, a busca da excelência como base. Diríamos, até sem exageros, que a versão supera o original, dando-lhe um toque de sensibilidade superior afirmativa.
ResponderExcluirBaudelaire sentia-se à vontade para tecer loas ao apagar das luzes... Márcia, pontual, sempre transforma as palavras num hino à vida.